quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Resenha : Cazuza, de Viriato Corrêa*


CORRÊA, Viriato. Cazuza. 42ª. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 229p.


Manuel Viriato Corrêa Baima do Lago Filho nasceu  em 23 de janeiro de 1884, em Pirapemas, no Maranhão, e faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1967. Foi jornalista, contista, romancista, teatrólogo e autor de crônicas históricas, campo em que obteve notoriedade, e de livros infanto-juvenis, dentre eles o romance Cazuza, no qual descreve cenas de sua infância.
 

Cazuza, publicado em 1938, tornou-se um clássico da literatura brasileira. Na época do colégio, eu havia lido apenas um trecho dele para fazer um trabalho em grupo, mas sempre tive vontade de lê-lo integralmente. Como o adquiri recentemente e ele se encaixava na temática deste mês, foi a oportunidade de saciar este antigo desejo de leitura.   

A história é sobre os anseios e dúvidas do garoto Cazuza, que vive em um lugarejo pobre às margens do Itapicuru, no interior do Maranhão, o seu ingresso na escola e o enfrentamento da rigidez do método de ensino do final do século XIX, marcado sobretudo pelo uso de instrumentos como a palmatória. Permeiam na obra também idéias tais como a de Pátria, guerra, desigualdade social e racial.    

O livro está divido em três partes, que focam a experiência do menino na escola do povoado, na escola da vila e depois no colégio interno na capital maranhense, respectivamente, onde revela seu aprendizado, dentro e fora delas, através do convívio com diversos personagens curiosos, engraçados e comoventes. 

A leitura foi simples e rápida, sobretudo pela sua linguagem bastante acessível, inclusive com notas sobre algumas expressões utilizadas no interior do Nordeste ou mesmo que já se encontram em desuso. Muitas situações e personagens do livro me fizeram lembrar um pouco da minha infância e das viagens em férias para o interior.


Recomendo para todos, sobretudo para os profissionais da área de educação, a leitura do livro Cazuza, o qual, mais do que "a história verdadeira de um menino de escola", trata-se de uma bela lição de amor, empatia e humanidade, e do qual destaco o seguinte trecho: 


"Escola, realmente, não podia ser aquilo. Escola não podia ser aquela coisa enfadonha, feia, triste, que metia medo às crianças. Não podia ter aquele aspecto de prisão, aquele rigor de cadeia.

 Escola devia ser um lugar agradável, cheio de atrativos, de encantos, de beleza, de alegria, de tudo que recreasse e satisfizesse o espírito."

*Elaborada por Gláucia Ventura como requisito para participação no Desafio Literário 2012, no tema Nome Próprio (de pessoas). Fevereiro de 2012.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De volta


Quero de volta o meu dia-a-dia
Com ou sem monotonia.
A sensação de controle,
ainda que falsa.

Quero de volta a minha vida
Com ou sem alegria.
A sensação de poder,
ainda que limitado.

Quero de volta o meu mundo
Com ou sem fantasia.
A sensação de viver,
ainda que insuficiente.

06/02/2012